Por L. Dowbor
Cruzando espécies
rede de idéias da mulher como natureza
sábado, 3 de abril de 2010
Educação e Desenvolvimento Local
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Educação pela natureza
Exóticas mas nem por isso desassociadas.
Urbanos, solitude (solidez) e desconforto (sufoco). Olhar a cidade pelo funcionamento da natureza, sua resiliência, nos faz "lembrar" que somos também fruto e raiz do mesmo solo. Caminhar e retomar a conciencia que sob estas pedras, esse asfalto existe solo, areia. Que por traz destes prédios existe morros, existe sol. Que sobre esse teto existe o céu, existem galáxias. Que além deste horizonte de expectativas breves existem ciclos, existe morte e existe criação.
Assim me sinto árvore.
As árvores perdem suas folhas para dar lugar á outras novas. As folhas nutrem a ávore de luz; a estrutura, a essencia das árvores delas co-depende, assim como da integração a outras partes: frutos, caule, tronco, flores e raízes.
Somos árvore por que temos folha-idéias: produzimos e reproduzimos, oxigênio e outros pés. Absorvemos experiência, anceios, esperança e deixamos nossos dispositivos de encontro com o meio participarem de outros ciclos - o ciclo da decomposição, da nutrição. Ciclos que desprendem dos nossos e prendem a outros. Idéias que se fazem suficiente aqui, que já podem ir.
Nos asseguramos de que "estamos", nos ligamos à terra pelo chão, pela história das idéias, pela direção que tomamos, pelas palavras que fazem sombra ou que sacodem com o vento. Muitas palavras se vão com as folhas, como as idéias.
Mantemos raízes e elas nos mantém. Que nos "fica" que nos engrandece. Fortifica, fortalece.
Enfeitamos com o ser em si mas atraímos como a flor, a fim de reproduzir. Nosso sexo, como um dom doce, sente o progresso pelo toque.
Corpo-tronco forte. Flui, distribui. Estrutura. E expande, direciona, se impõe como as raízes, por novas perspectivas, novos ares, novas luzes. E sofre por impactos externos, ora sucumbe quando em grande desvantagem ora fortalece em sua maior parte. Enrrijesse ou simples fica.
As folhas, minhas idéias nutrindo esperanças a fazem incontroladamente e da mesma forma, desempedidamente, as deixam ir. Desapegam-se de sua estrutura temporal em respeito ao tempo mesmo das coisas. Mesmo tristes pela morte da expectativa, dado o costume de responder àquelas idéias, às suas experiências, quando se vê seca e só está sólida. A solidão pela solidez, em qualquer parte, firme. E quando de fato crê que absorveu para si o melhor, que em si há vida para tempos sem folhas, nascem brotos. Ciclo.
Assim, como nas quatro estações do clima, como na respiração dos homens e no percorrer da natureza pelas cidades, estamos assós com nós mesmos. E ocupados pela razão em viver e deixar viver.
Olhem as baby-folhas de amendoeira por toda a cidade!!!! Por novas idéias.
domingo, 26 de abril de 2009
Brasil ponto a ponto
A campanha Brasil Ponto a Ponto tem por objetivo estimular o debate em todo o país sobre o que precisa ser mudado no Brasil para melhorar a vida das pessoas. A partir desse debate, será definido o tema do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
E eu participei respondendo sobre o que gostaria que fosse mudado no Brasil, ou onde deveria haver maiores investimentos....
Educação e desenvolvimento social. É preciso revitalizar o valor do conhecimento histórico e científico, enfatizando as características nacionais. Investir em educação é oferecer vias de acesso ao crescimento pessoal e social. Mostrar às crianças e jovens a importância de se conhecer o meio em que se vive, a casa, a cidade, o mundo, o tempo. É ser pró-ativo sobre as suas condições. Educar é proporcionar o empoderamento do indíviduo. Educar é o respeito a prosperidade.
Participe! É fácil e rápido! Basta acessar http://www.brasilpontoaponto.org.br e postar sua resposta em vídeo ou texto.
terça-feira, 7 de abril de 2009
As águas e o futuro das cidades
A segunda mesa do Seminário Futuro das Águas abordou a questão do ponto de vista das cidades, e qual o papel que elas podem desempenhar como pólo de políticas preventivas contra os efeitos negativos que as alterações ao meio ambiente provocam e o seu conseqüente impacto no regime das águas.
O economista e ambientalista Sergio Besserman, presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável e Governança Metropolitana da Prefeitura do Rio de Janeiro (Cadegom), abriu a mesa falando sobre a elevação das marés. O Rio de Janeiro é uma cidade água, cercado pela baía de Guanabara, baía de Sepetiba, o sistema lagunar, o litoral oceânico, os rios que descem das montanhas e alimentam o sistema lagunar e as baías. “Enfim, nós somos água”, afirmou Besserman. “E o futuro das cidades no mundo, a maior parte delas, cidades costeiras, está sendo afetada por um processo global, que é a mudança climática. Um dos grandes cientistas da mudança climática, James Hansen (Leia entrevista com o físico), afirmou que é a subida do nível dos mares o que deve definir qual seria o limite do perigo, do que é perigoso para a humanidade.” O que se discute é quanto as marés vão subir, em decorrência da elevação da temperatura, se 2oC, 3oC, ou bem mais. Isso afetaria a infra-estrutura, traria mais custos sociais, especialmente se levarmos em conta a vulnerabilidade dos mais pobres, que devem arcar com as conseqüências principais.
Segundo Besserman, é o momento de despertar o interesse científico das pessoas, para que acompanhem e dêem atenção ao noticiário sobre essa questão, que mexe profundamente com as nossas vidas. Sobretudo porque ainda há incertezas grandes sobre a subida das marés. “No famoso relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), de 2007, a previsão é de que, no século XXI, haveria uma subida do mar, entre 20 e 60 centímetros, com 40 centímetros como o mais provável. Parece pouco, por exemplo, Copacabana está a um metro e meio do nível do mar, mas não é. Pois 40 cm seria a média, com uma ressaca, tempestade, lua cheia, seria bem mais que isso. A questão é que o problema é um pouco maior”, afirma Besserman. E explica que o IPCC não faz ciência, mas a varredura da ciência, compila as pesquisas desenvolvidas, compara e produz seu relatório anual, considerado um pouco conservador.
Para englobar toda a ciência relevante, o relatório de 2007 considera o que foi produzido até 2004, pois seria impossível ler tudo o que de relevante foi produzido em 2006. Outra questão é a posição conservadora do relatório. Onde está estabelecido que a previsão é de subida de 20 a 60 cm das marés nos próximos 100 anos, há um asterisco, que diz, grosso modo: “Se a degradação do gelo dos mantos da Groenlândia e do Pólo Sul for não-linear, a previsão sobe para 1,5 metros”. “Para vocês terem idéia”, acrescenta o economista, “o cientista norte-americano saiu batendo a porta em protesto contra os chineses, devido à posição muito conservadora, que não permitiu que colocassem essa informação no texto principal”. E o que significa esta degradação não-linear do nível do mar? O cálculo realizado para se chegar a 20-60 cm de elevação das marés considera, como fatores de expansão do nível do mar, a expansão térmica do oceano – porque a água quente tem mais volume que a á agua em temperatura ambiente – e o derretimento do gelo. “Só que o gelo, na Groenlândia e especialmente no Pólo Sul, é complexo. Alimenta rios, maiores que o Rio Paraíba do Sul, alimenta lagos, maiores que a Baía de Guanabara, eles se conectam, há frestas. É um sistema dinâmico. Como se comporta esse gelo? É o que os cientistas estão interessadíssimos em descobrir. Poderíamos ter notícias boas. Basicamente, o mecanismo é o seguinte: os mantos de gelo vão entrando lentamente no oceano, mas, ao mesmo tempo, está nevando sempre no miolo do continente antártico. Poderíamos descobrir que está nevando mais, devido a maior evaporação, com o aquecimento global, poderia estar juntando mais gelo. Só que não é isso, infelizmente, que a ciência está descobrindo. Ela está preocupada basicamente com duas coisas: 1. A água, com o aquecimento, derrete mais e se inflitra por esse sistema de mantos. Ao lubrificar o contato do mantos, acelera a velocidade com que eles se descolam e entram no oceano; 2. Esses mantos de gelo encontram as plataformas que, embora não interfiram no nível do mar, pois já estão na água, fazem resistência ao avanço do gelo”, explica Besserman. Essa previsão de elevação de 1,5 metros nos próximos 100 anos antecipa problemas. A população que vive no entorno da Baía de Guanabara, geralmente desassistida, pode enfrentar inundações, alagamentos em 10 anos. Na Baía de Sepetiba, que está sendo ocupada, o risco é o mesmo. “Acompanhem o noticiário, pois isso estará cada vez mais presente”, aconselha o economista. “A chave da vitória ou da derrota está na produção e disseminação do conhecimento a respeito dessas questões”, finalizou.
O que é fácil de verificar com uma pesquisa básica. Notícia da Folha de. S Paulo de 26 de fevereiro último informa que “o Ártico e a Antártida estão esquentando mais rápido do que se imaginava e seus mantos de gelo, especialmente o da Groenlândia, estão derretendo sob influência do aquecimento global. As conclusões são do maior esforço de pesquisa já feito sobre as regiões polares, que envolveu mais de 10 mil cientistas de 60 países, incluindo o Brasil”. Segundo David Carlson, coordenador científico do Ano Polar Internacional, em entrevista ao jornal, “os especialistas discordariam de um cenário de derretimento repentino, instantâneo ou catastrófico” e o resultado não pode ser considerado definitivo, mas estas pesquisas realizadas em 2008, no Ano Polar, “indicam um balanço de massa negativo, ou seja, mais gelo é perdido do que o que se acumula por precipitação de neve”. E a primeira região a sentir o efeito das mudanças na Antártida será a América do Sul.
Já a BBC Brasil noticiou no último domingo, 5 de abril, que “uma ponte de gelo que liga um bloco do tamanho da Jamaica a duas ilhas da Antártida rompeu-se. Cientistas afirmam que o rompimento pode indicar que o bloco Wilkins, como é conhecido o território, flutuará livremente, o que seria um sinal das mudanças provocadas pelo aquecimento global.
O bloco Wilkins, que fica no oeste da Península Antártica, está diminuindo de tamanho desde a década de 1990”. Para o pesquisador David Vaughan, do instituto British Antarctic Survey, “o fato de que ele está diminuindo e agora perdeu conexão com uma das ilhas é uma indicação forte de que o aquecimento da Antártica está tendo efeito em outro bloco de gelo”, embora, como ressalta a matéria da BBC Brasil, o rompimento não deva ter impacto direto no nível dos mares, pois o gelo segue flutuando e não derrete, mas estas mudanças no clima da Antártica preocupam os cientistas.
A seguir, o geógrafo Dieter Muehe, da UFRJ, continuou falando sobre o nível das marés, sob o ponto de vista das informações geomorfológicas, exibindo mapas e dados estatísticos. Há 700 anos, afirmou Muehe, a maré tinha nível bem mais elevado, de 2 metros, chegando a picos de 4 metros, que depois veio decrescendo. A variação hoje conta com esse fator a mais, que é o aquecimento global, embora seja complicado e difícil afirmar peremptoriamente como ele age. Mas, segundo Muehe, “as visões catastróficas se baseiam em períodos muito curtos. Se ficarmos, nos próximos 100 anos, com elevação de 30 centímetros, o que ficaria dentro do apontado pelo IPCC, estaríamos seguinda a média de outros séculos”.
É preciso não esquecer também as diferenças entre os dois pólos. Enquanto o Ártico é o mar cercado de terra – onde a passagem a noroeste já foi liberada, devido ao derretimento do gelo, e a passagem a nordeste está a caminho –, a Antártica é terra cercada de mar. Logo, como os processos diferem consideravelmente de um pólo para outro, o nível das marés náo sobe de forma equânime em todo o planeta. A vulnerabilidade premente localiza-se nas regiões costeiras, sobretudo nas grandes cidades litorâneas, onde o risco de erosão, intensificação de tempestades, ciclones e inundações é maior. Nas grandes cidades situadas na costa o mar já sobe em condiçoes adversas, com simples marés cheias.
O que é preciso para reverter essa situação? “Hoje começa a se ter consciência, este seminário é exemplo disso, temos que multiplicá-lo as dezenas. É preciso também uma articulação federal, estadual, municipal para monitoramento das marés e do clima para que estas medições englobem mais tempo. As coisas têm que convergir, falta um serviço específico de monitoramento integrado. A mudança de mentalidade também é fundamental, sobretudo na nova geração. O colégio secundário já deveria incluir disciplinas que tratam do meio ambiente, das mudanças climáticas, do aquecimento global. É preciso desenvolver e popularizar o armazenamento de água das chuvas, além de ampliar o reflorestamento”, afirma Muehe.
Fechando a mesa, Andréa Margit, gerente de meio ambiente da Fundação Roberto Marinho (FRM), falou sobre o projeto Caminho das Águas, uma parceria da Agência Nacional de Águas (ANA) e da fundação. Segundo o site da FRM, “O projeto consiste na concepção e implementação de materiais educativos que serão distruibuídos em escolas da rede pública e em instituições e organizações não governamentais que trabalhem com a temática ambiental nas regiões das bacias hidrográficas do rio Doce, dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, do Paraíba do Sul e do São Francisco. Essas bacias destacam-se por abastecer ou passar por grandes cidades brasileiras e por estarem intimamente ligadas ao desenvolvimento econômico desses estados, sofrendo diretamente com poluição, assoreamento, erosão e desmatamento de matas ciliares.
O Caminho das Águas prevê a criação de 1.600 kits com material educativo, que serão distribuídos para 800 escolas públicas. Voltado para alunos de 5ª à 8ª série, ele tem como objetivos: 1. Disseminar conteúdos teóricos e práticos sobre o direito de todos à águas e a necessidade de usá-la de forma racional e eficiente, combatendo o desperdício e a poluição e estimulando a conservação dos recursos hidrícos; 2. Capacitar representantes de escolas e instituições para utilizar o kit como ferramenta educativa na reflexão de temáticas ambientais relacionadas à água e estimular a comunidade a participar do processo de gestão das águas no país.
Cada kit educativo contém DVDs com programas criados pelo Canal Futura especialmente para o projeto. Além disso, também foram incluídos outros programas do Futura que também tratam do tema água. Complementam o material dois cadernos de orientação para os professores, um mapa das regiões hidrográficas brasileiras, um CD com músicas sobre o tema, um CD Rom com todo o conteúdo didático e mais um jogo de RPG criado para tratar do assunto de maneira divertida e educativa”.
Conforme Andréa, o objetivo principal do projeto é “organizar as informações a respeito do assunto, articular as instituições, porvocar reflexões, mobilizar para reverter a deterioração ambiental. Ou seja, disseminar conteúdo sobre o estado e a gestão das águas, sobretudo em áreas de ocupação desordenada e enorme descarga de poluentes”.
Por Bruno Dorigatti
H2O - Blog d´O Instituto
O economista e ambientalista Sergio Besserman, presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável e Governança Metropolitana da Prefeitura do Rio de Janeiro (Cadegom), abriu a mesa falando sobre a elevação das marés. O Rio de Janeiro é uma cidade água, cercado pela baía de Guanabara, baía de Sepetiba, o sistema lagunar, o litoral oceânico, os rios que descem das montanhas e alimentam o sistema lagunar e as baías. “Enfim, nós somos água”, afirmou Besserman. “E o futuro das cidades no mundo, a maior parte delas, cidades costeiras, está sendo afetada por um processo global, que é a mudança climática. Um dos grandes cientistas da mudança climática, James Hansen (Leia entrevista com o físico), afirmou que é a subida do nível dos mares o que deve definir qual seria o limite do perigo, do que é perigoso para a humanidade.” O que se discute é quanto as marés vão subir, em decorrência da elevação da temperatura, se 2oC, 3oC, ou bem mais. Isso afetaria a infra-estrutura, traria mais custos sociais, especialmente se levarmos em conta a vulnerabilidade dos mais pobres, que devem arcar com as conseqüências principais.
Segundo Besserman, é o momento de despertar o interesse científico das pessoas, para que acompanhem e dêem atenção ao noticiário sobre essa questão, que mexe profundamente com as nossas vidas. Sobretudo porque ainda há incertezas grandes sobre a subida das marés. “No famoso relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), de 2007, a previsão é de que, no século XXI, haveria uma subida do mar, entre 20 e 60 centímetros, com 40 centímetros como o mais provável. Parece pouco, por exemplo, Copacabana está a um metro e meio do nível do mar, mas não é. Pois 40 cm seria a média, com uma ressaca, tempestade, lua cheia, seria bem mais que isso. A questão é que o problema é um pouco maior”, afirma Besserman. E explica que o IPCC não faz ciência, mas a varredura da ciência, compila as pesquisas desenvolvidas, compara e produz seu relatório anual, considerado um pouco conservador.
Para englobar toda a ciência relevante, o relatório de 2007 considera o que foi produzido até 2004, pois seria impossível ler tudo o que de relevante foi produzido em 2006. Outra questão é a posição conservadora do relatório. Onde está estabelecido que a previsão é de subida de 20 a 60 cm das marés nos próximos 100 anos, há um asterisco, que diz, grosso modo: “Se a degradação do gelo dos mantos da Groenlândia e do Pólo Sul for não-linear, a previsão sobe para 1,5 metros”. “Para vocês terem idéia”, acrescenta o economista, “o cientista norte-americano saiu batendo a porta em protesto contra os chineses, devido à posição muito conservadora, que não permitiu que colocassem essa informação no texto principal”. E o que significa esta degradação não-linear do nível do mar? O cálculo realizado para se chegar a 20-60 cm de elevação das marés considera, como fatores de expansão do nível do mar, a expansão térmica do oceano – porque a água quente tem mais volume que a á agua em temperatura ambiente – e o derretimento do gelo. “Só que o gelo, na Groenlândia e especialmente no Pólo Sul, é complexo. Alimenta rios, maiores que o Rio Paraíba do Sul, alimenta lagos, maiores que a Baía de Guanabara, eles se conectam, há frestas. É um sistema dinâmico. Como se comporta esse gelo? É o que os cientistas estão interessadíssimos em descobrir. Poderíamos ter notícias boas. Basicamente, o mecanismo é o seguinte: os mantos de gelo vão entrando lentamente no oceano, mas, ao mesmo tempo, está nevando sempre no miolo do continente antártico. Poderíamos descobrir que está nevando mais, devido a maior evaporação, com o aquecimento global, poderia estar juntando mais gelo. Só que não é isso, infelizmente, que a ciência está descobrindo. Ela está preocupada basicamente com duas coisas: 1. A água, com o aquecimento, derrete mais e se inflitra por esse sistema de mantos. Ao lubrificar o contato do mantos, acelera a velocidade com que eles se descolam e entram no oceano; 2. Esses mantos de gelo encontram as plataformas que, embora não interfiram no nível do mar, pois já estão na água, fazem resistência ao avanço do gelo”, explica Besserman. Essa previsão de elevação de 1,5 metros nos próximos 100 anos antecipa problemas. A população que vive no entorno da Baía de Guanabara, geralmente desassistida, pode enfrentar inundações, alagamentos em 10 anos. Na Baía de Sepetiba, que está sendo ocupada, o risco é o mesmo. “Acompanhem o noticiário, pois isso estará cada vez mais presente”, aconselha o economista. “A chave da vitória ou da derrota está na produção e disseminação do conhecimento a respeito dessas questões”, finalizou.
O que é fácil de verificar com uma pesquisa básica. Notícia da Folha de. S Paulo de 26 de fevereiro último informa que “o Ártico e a Antártida estão esquentando mais rápido do que se imaginava e seus mantos de gelo, especialmente o da Groenlândia, estão derretendo sob influência do aquecimento global. As conclusões são do maior esforço de pesquisa já feito sobre as regiões polares, que envolveu mais de 10 mil cientistas de 60 países, incluindo o Brasil”. Segundo David Carlson, coordenador científico do Ano Polar Internacional, em entrevista ao jornal, “os especialistas discordariam de um cenário de derretimento repentino, instantâneo ou catastrófico” e o resultado não pode ser considerado definitivo, mas estas pesquisas realizadas em 2008, no Ano Polar, “indicam um balanço de massa negativo, ou seja, mais gelo é perdido do que o que se acumula por precipitação de neve”. E a primeira região a sentir o efeito das mudanças na Antártida será a América do Sul.
Já a BBC Brasil noticiou no último domingo, 5 de abril, que “uma ponte de gelo que liga um bloco do tamanho da Jamaica a duas ilhas da Antártida rompeu-se. Cientistas afirmam que o rompimento pode indicar que o bloco Wilkins, como é conhecido o território, flutuará livremente, o que seria um sinal das mudanças provocadas pelo aquecimento global.
O bloco Wilkins, que fica no oeste da Península Antártica, está diminuindo de tamanho desde a década de 1990”. Para o pesquisador David Vaughan, do instituto British Antarctic Survey, “o fato de que ele está diminuindo e agora perdeu conexão com uma das ilhas é uma indicação forte de que o aquecimento da Antártica está tendo efeito em outro bloco de gelo”, embora, como ressalta a matéria da BBC Brasil, o rompimento não deva ter impacto direto no nível dos mares, pois o gelo segue flutuando e não derrete, mas estas mudanças no clima da Antártica preocupam os cientistas.
A seguir, o geógrafo Dieter Muehe, da UFRJ, continuou falando sobre o nível das marés, sob o ponto de vista das informações geomorfológicas, exibindo mapas e dados estatísticos. Há 700 anos, afirmou Muehe, a maré tinha nível bem mais elevado, de 2 metros, chegando a picos de 4 metros, que depois veio decrescendo. A variação hoje conta com esse fator a mais, que é o aquecimento global, embora seja complicado e difícil afirmar peremptoriamente como ele age. Mas, segundo Muehe, “as visões catastróficas se baseiam em períodos muito curtos. Se ficarmos, nos próximos 100 anos, com elevação de 30 centímetros, o que ficaria dentro do apontado pelo IPCC, estaríamos seguinda a média de outros séculos”.
É preciso não esquecer também as diferenças entre os dois pólos. Enquanto o Ártico é o mar cercado de terra – onde a passagem a noroeste já foi liberada, devido ao derretimento do gelo, e a passagem a nordeste está a caminho –, a Antártica é terra cercada de mar. Logo, como os processos diferem consideravelmente de um pólo para outro, o nível das marés náo sobe de forma equânime em todo o planeta. A vulnerabilidade premente localiza-se nas regiões costeiras, sobretudo nas grandes cidades litorâneas, onde o risco de erosão, intensificação de tempestades, ciclones e inundações é maior. Nas grandes cidades situadas na costa o mar já sobe em condiçoes adversas, com simples marés cheias.
O que é preciso para reverter essa situação? “Hoje começa a se ter consciência, este seminário é exemplo disso, temos que multiplicá-lo as dezenas. É preciso também uma articulação federal, estadual, municipal para monitoramento das marés e do clima para que estas medições englobem mais tempo. As coisas têm que convergir, falta um serviço específico de monitoramento integrado. A mudança de mentalidade também é fundamental, sobretudo na nova geração. O colégio secundário já deveria incluir disciplinas que tratam do meio ambiente, das mudanças climáticas, do aquecimento global. É preciso desenvolver e popularizar o armazenamento de água das chuvas, além de ampliar o reflorestamento”, afirma Muehe.
Fechando a mesa, Andréa Margit, gerente de meio ambiente da Fundação Roberto Marinho (FRM), falou sobre o projeto Caminho das Águas, uma parceria da Agência Nacional de Águas (ANA) e da fundação. Segundo o site da FRM, “O projeto consiste na concepção e implementação de materiais educativos que serão distruibuídos em escolas da rede pública e em instituições e organizações não governamentais que trabalhem com a temática ambiental nas regiões das bacias hidrográficas do rio Doce, dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, do Paraíba do Sul e do São Francisco. Essas bacias destacam-se por abastecer ou passar por grandes cidades brasileiras e por estarem intimamente ligadas ao desenvolvimento econômico desses estados, sofrendo diretamente com poluição, assoreamento, erosão e desmatamento de matas ciliares.
O Caminho das Águas prevê a criação de 1.600 kits com material educativo, que serão distribuídos para 800 escolas públicas. Voltado para alunos de 5ª à 8ª série, ele tem como objetivos: 1. Disseminar conteúdos teóricos e práticos sobre o direito de todos à águas e a necessidade de usá-la de forma racional e eficiente, combatendo o desperdício e a poluição e estimulando a conservação dos recursos hidrícos; 2. Capacitar representantes de escolas e instituições para utilizar o kit como ferramenta educativa na reflexão de temáticas ambientais relacionadas à água e estimular a comunidade a participar do processo de gestão das águas no país.
Cada kit educativo contém DVDs com programas criados pelo Canal Futura especialmente para o projeto. Além disso, também foram incluídos outros programas do Futura que também tratam do tema água. Complementam o material dois cadernos de orientação para os professores, um mapa das regiões hidrográficas brasileiras, um CD com músicas sobre o tema, um CD Rom com todo o conteúdo didático e mais um jogo de RPG criado para tratar do assunto de maneira divertida e educativa”.
Conforme Andréa, o objetivo principal do projeto é “organizar as informações a respeito do assunto, articular as instituições, porvocar reflexões, mobilizar para reverter a deterioração ambiental. Ou seja, disseminar conteúdo sobre o estado e a gestão das águas, sobretudo em áreas de ocupação desordenada e enorme descarga de poluentes”.
Por Bruno Dorigatti
H2O - Blog d´O Instituto
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Ética - Valores sustentáveis
Governança corporativa, sustentabilidade, ética nos negócios e nas empresas, balanço social, grau de reputação, relatórios de sustentabilidade, responsabilidade sócio-ambiental, empresa cidadã, responsabilidade social, marketing relacionado a causas, todas essa preocupações mostram as tendências atuais das instituições, organizações e empresas.
Mas o que é ética empresarial
Em Seminário sobre o tema, nesta terça-feira 31 de Março, Laura Nash, sócia-fundadora do Piper Cove Fund Asset Management, autora e ex-professora da Harvard Business School, apresentou a relação entre a atual crise financeira mundial e a ética. A convite do professor de filosofia da PUC-Rio, Danilo Marcondes, o evento contou com a presença de gerentes de sustentabilidade de grandes empresas, financistas e alunos dos mais diversos cursos.
E o que a crise tem a nos dizer sobre ética e vise-versa....
É exatamente sobre Valores, a que consta o objeto principal de transações em Wall Street, mas cujo carater vem se delineando sob formas muito mais complexas e ousadas. Complexidade e genialidade que apenas o lucro e o exarcebamento de seus modos de vida são os motividores, enquando exatamente o longo prazo e as vidas envolvidas (a sustentabilidade) não entrou no balanço das instituições financeiras e muito menos de seus consumidores, a comunidade.
É uma crise de valores, como indica a autora. Tributação e verificação, velhas constituintes de LIMITES. O ego ou a ambição de genios de Wall Street, no auge de um modo de vida de ostentação e riquezas sem fim, em acordo à uma cultura de consumo e à aventura de uma casa própria com fundos mágicos, reflete no mundo (além das próprias casas de milhares de americanos que foram pelos ares), uma dúvida sobre o que DESEJAMOS.
Ainda assim, a crise sobre a confiabilidade, sobre a regulação, e sobre o nível de transparencia e comunicação entre as insitituições e seus clientes.
A palestrante norte-americana salienta que a ética torna-se um valor ainda mais competitivo para uma empresa, pois à ela estão agregados outros, como confiança, responsabilidade. Segundo ela, o momento atual serve de reflexão para a sociedade como um todo e exige uma reformulação da ideologia financeira.
A casa própria ou um super carro na garagem são as resposta que se ouve de jovens nos dias atuais enquanto a apenas 5 anos se ouvia "quero aprender e fazer a minha carreira".
Infelizmente mágica não existe, ilusão e especulação sim.
O professor de Filosofia da PUC-Rio, Danilo Marcondes, ressaltou que a ética não é um ponto de partida, mas sim de chegada. “Não somos éticos por natureza, no entanto é fundamental que reconheçamos a importância de sermos éticos e almejar esse objetivo para vivermos harmoniosamente em sociedade”.
Mais sobre o seminário: www.firjan.org.br
Mas o que é ética empresarial
Em Seminário sobre o tema, nesta terça-feira 31 de Março, Laura Nash, sócia-fundadora do Piper Cove Fund Asset Management, autora e ex-professora da Harvard Business School, apresentou a relação entre a atual crise financeira mundial e a ética. A convite do professor de filosofia da PUC-Rio, Danilo Marcondes, o evento contou com a presença de gerentes de sustentabilidade de grandes empresas, financistas e alunos dos mais diversos cursos.
E o que a crise tem a nos dizer sobre ética e vise-versa....
É exatamente sobre Valores, a que consta o objeto principal de transações em Wall Street, mas cujo carater vem se delineando sob formas muito mais complexas e ousadas. Complexidade e genialidade que apenas o lucro e o exarcebamento de seus modos de vida são os motividores, enquando exatamente o longo prazo e as vidas envolvidas (a sustentabilidade) não entrou no balanço das instituições financeiras e muito menos de seus consumidores, a comunidade.
É uma crise de valores, como indica a autora. Tributação e verificação, velhas constituintes de LIMITES. O ego ou a ambição de genios de Wall Street, no auge de um modo de vida de ostentação e riquezas sem fim, em acordo à uma cultura de consumo e à aventura de uma casa própria com fundos mágicos, reflete no mundo (além das próprias casas de milhares de americanos que foram pelos ares), uma dúvida sobre o que DESEJAMOS.
Ainda assim, a crise sobre a confiabilidade, sobre a regulação, e sobre o nível de transparencia e comunicação entre as insitituições e seus clientes.
A palestrante norte-americana salienta que a ética torna-se um valor ainda mais competitivo para uma empresa, pois à ela estão agregados outros, como confiança, responsabilidade. Segundo ela, o momento atual serve de reflexão para a sociedade como um todo e exige uma reformulação da ideologia financeira.
A casa própria ou um super carro na garagem são as resposta que se ouve de jovens nos dias atuais enquanto a apenas 5 anos se ouvia "quero aprender e fazer a minha carreira".
Infelizmente mágica não existe, ilusão e especulação sim.
O professor de Filosofia da PUC-Rio, Danilo Marcondes, ressaltou que a ética não é um ponto de partida, mas sim de chegada. “Não somos éticos por natureza, no entanto é fundamental que reconheçamos a importância de sermos éticos e almejar esse objetivo para vivermos harmoniosamente em sociedade”.
Mais sobre o seminário: www.firjan.org.br
Transparência e sustentabilidade
A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável - FBDS e a SustainAbility lançaram oficialmente, em 9 de dezembro, a pesquisa "Rumo à Credibilidade", o oitavo benchmark das melhores práticas em relatórios de sustentabilidade.
Trata-se do primeiro projeto do programa Global Reporters com foco em um único país: o Brasil, economia emergente a caminho das melhores práticas para o desenvolvimento sustentável.
O objetivo do projeto foi analisar a qualidade dos relatórios de sustentabilidade, encorajar as empresas brasileiras a aprimorarem suas práticas de relatar e expor o que empresas globais podem aprender com estas.
Confira aqui o ranking das Top 10 que apontam liderança em qualidade de relatórios elaborados por empresas brasileiras.
Trata-se do primeiro projeto do programa Global Reporters com foco em um único país: o Brasil, economia emergente a caminho das melhores práticas para o desenvolvimento sustentável.
O objetivo do projeto foi analisar a qualidade dos relatórios de sustentabilidade, encorajar as empresas brasileiras a aprimorarem suas práticas de relatar e expor o que empresas globais podem aprender com estas.
Confira aqui o ranking das Top 10 que apontam liderança em qualidade de relatórios elaborados por empresas brasileiras.
Os Top 10
1 - Natura - Higiene e beleza - 54%
2 - Suzano Petroquímica - Petroquímica - 53%
3 - Ampla - Concessionária de energia elétrica - 52%
4 - Coelce - Concessionária de energia elétrica - 52%
5 - Banco Real - Serviços financeiros - 51%
6 - Energias do Brasil - Concessionária de energia elétrica - 47%
7 - Sabesp - Concessionária de água e saneamento - 46%
8 - Bunge - Agronegócios - 41%
9 - Celulose Irani - Papel e celulose - 41%
10- Banco Itaú - Serviços financeiros - 35%
Média de 47%
fonte: www.fbds.org.br
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Sobre o ato de pensar e de sonhar

Eu queria muito não pensar. Mas um dos exercícios mais fáceis da meditação é deixar vir todos os pensamentos... sem limitá-los, deixá-los vir sem intervir na sua vontade... como se eles fossem um e eu outro, ou que eu assistisse de longe o andamento daquele lado do cérebro, ou este...
Bem, mas em grande parte do dia eu penso e remoo... e remoo tentando mudar de longe os acontecimentos. A história de "segredo" pra mim é tão óbvio... quem não sonha, não se imagina lá na frente, no lugar que almeja, no sentimento que pretende ter... quem não viaja em pretensões salvadoras... o destino perfeito.
Eu era pequena e adorava viajar de carro com minha família. Meu pai era meu herói dirigindo... enquando todos dormiam eu ia no meio do carro, com os olhos arregalados sobre cada curva, cada sombra... no silêncio e na expectativa... sonhando além de cada curva... aprendendo a lidar com o inesperado, sem poder se intrometer no destino, apenas "torcendo", e me imaginando lá. Dirigir é fantástico! E lá se vai o velho simbolismo sobre o ato de dirigir um carro e a prerrogativa sobre o modo com que guia a vida.
Eu gosto de ter medo da vida. Montanha-russa, desconhecido... e porque não um filho. É a maior das aventuras, eu tenho e não tenho controle... eu acompanho e torço, mas nem tudo depende (se é que alguma coisa depende) de mim.
Mas se bem que não é agradável pensar que meu filho possa vir a gostar de ter medo da vida.
O que posso fazer é, enquanto eu guiar o veículo que o transporta, que eu possa lhe dar credibilidade e espaço de sonhos, que ele possa sonhar seguro de que tudo sairá "basicamente" bem.
Mas além de seus sonhos, além desse caminho meio óbvio e meio meu, continuo apreciando o ato de pensar, e me imaginando um dia meditando sobre os meus e os dele.
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