Exóticas mas nem por isso desassociadas.
Urbanos, solitude (solidez) e desconforto (sufoco). Olhar a cidade pelo funcionamento da natureza, sua resiliência, nos faz "lembrar" que somos também fruto e raiz do mesmo solo. Caminhar e retomar a conciencia que sob estas pedras, esse asfalto existe solo, areia. Que por traz destes prédios existe morros, existe sol. Que sobre esse teto existe o céu, existem galáxias. Que além deste horizonte de expectativas breves existem ciclos, existe morte e existe criação.
Assim me sinto árvore.
As árvores perdem suas folhas para dar lugar á outras novas. As folhas nutrem a ávore de luz; a estrutura, a essencia das árvores delas co-depende, assim como da integração a outras partes: frutos, caule, tronco, flores e raízes.
Somos árvore por que temos folha-idéias: produzimos e reproduzimos, oxigênio e outros pés. Absorvemos experiência, anceios, esperança e deixamos nossos dispositivos de encontro com o meio participarem de outros ciclos - o ciclo da decomposição, da nutrição. Ciclos que desprendem dos nossos e prendem a outros. Idéias que se fazem suficiente aqui, que já podem ir.
Nos asseguramos de que "estamos", nos ligamos à terra pelo chão, pela história das idéias, pela direção que tomamos, pelas palavras que fazem sombra ou que sacodem com o vento. Muitas palavras se vão com as folhas, como as idéias.
Mantemos raízes e elas nos mantém. Que nos "fica" que nos engrandece. Fortifica, fortalece.
Enfeitamos com o ser em si mas atraímos como a flor, a fim de reproduzir. Nosso sexo, como um dom doce, sente o progresso pelo toque.
Corpo-tronco forte. Flui, distribui. Estrutura. E expande, direciona, se impõe como as raízes, por novas perspectivas, novos ares, novas luzes. E sofre por impactos externos, ora sucumbe quando em grande desvantagem ora fortalece em sua maior parte. Enrrijesse ou simples fica.
As folhas, minhas idéias nutrindo esperanças a fazem incontroladamente e da mesma forma, desempedidamente, as deixam ir. Desapegam-se de sua estrutura temporal em respeito ao tempo mesmo das coisas. Mesmo tristes pela morte da expectativa, dado o costume de responder àquelas idéias, às suas experiências, quando se vê seca e só está sólida. A solidão pela solidez, em qualquer parte, firme. E quando de fato crê que absorveu para si o melhor, que em si há vida para tempos sem folhas, nascem brotos. Ciclo.
Assim, como nas quatro estações do clima, como na respiração dos homens e no percorrer da natureza pelas cidades, estamos assós com nós mesmos. E ocupados pela razão em viver e deixar viver.
Olhem as baby-folhas de amendoeira por toda a cidade!!!! Por novas idéias.