domingo, 27 de abril de 2008

Gestão do Intangível e a valorização do capital social na economia

Por Cristine de Carvalho para a Agencia Comunicarte de Responsabilidade Social

Na atual Era do Conhecimento, as sociedades deixaram a Era do Tangível para entrar na Era do Intangível. Alguns fatores sinalizam essa transição, como a globalização, a valorização das questões locais e culturais, o aumento exponencial das pressões da sociedade organizada (com o crescimento das ONGs, por exemplo), a mudança de foco de empresas tradicionais, a relevância econômica e cultural das multinacionais, a migração da hegemonia do capital de países para empresas, o crescimento do número de fusões e aquisições, as fraudes contábeis, o crescimento da Internet, o aumento generalizado da insegurança individual, profissional e social, o fortalecimento do profissional do tipo VOCÊ SA., e assim por diante (DOM, 2006).
Desta forma, tendo a sociedade sido remodelada a partir de novas técnicas de informação, é necessário buscar também técnicas capazes de apreender os impactos dos conteúdos conhecidos e das mudanças estruturais percebidas, tanto no cotidiano das operadoras de serviços, empresas e governos, como dos indivíduos em rede. Uma das formas avaliar as mudanças do capital humano já vem sendo promovidas, os Indicadores sociais cumprem esse papel.
No entanto, conceitos como “confiança”, “comunidade” e “redes” – fatores fundamentais na composição do capital social, são abordados por muitos estudiosos do tema como de difícil operacionalização (quantificados e qualificados), haja visto que não basta identificar o número de componentes das redes (ligações e nós), mas sim apreender a sua importância para a comunidade. É, portanto, um desafio para os pesquisadores e, principalmente, para aqueles interessados em usar o capital social para promover o desenvolvimento, é conseguir explicar que existem retornos mensuráveis a partir do crescimento do capital social.
Uma das principais linhas a que se tem chegado ao se avaliar o impacto do capital social na economia de uma empresa, por exemplo, tem sido avaliar o valor da marca desta empresa, frente à sua aceitação pública. Hoje em dia, o crescimento do Marketing e da Publicidade, aliada ao Design de Logomarcas e formas de conceitualização produto-público-alvo são fortes estratégias de aliança entre os “recursos e significados” construídos em sociedade e “a imagem e a reputação” de uma instituição, e até mesmo de uma governança estatal.
O capital social é uma forma de capital, e, embora sua definição seja alvo de discussão na ciência econômica, algumas características parecem se destacar em alguns estudos, como a não-ocorrência de retornos decrescentes; que o capital social se aprecia com o uso (não se deprecia, portanto); é produzido coletivamente a partir das relações sociais existentes nas comunidades, mas seus benefícios até então não podiam ser antecipadamente mensurados. Embora possua características de bem público, observa-se nele um aspecto único, qual seja, a sua produção é, necessariamente, coletiva.

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